Uso correcto dos antibióticos,regras gerais e especificas para o uso dos antibioticos,O que fazer se um antibiótico parece não fazer efeito

1.Uso correcto dos antibióticos
Quando usados correctamente, os antibióticos são medicamentos extremamente úteis e importantes. Eles combatem diversas infecções e doenças causadas por bactérias. Os antibióticos mais conhecidos são a penicilina, a amoxicilina, o cotrimoxazol, o cloranfenicol e a kanamicina.
Um único antibiótico não é efifi caz para tratar todas as infecções. Os diversos antibióticos agem de maneira diferente contra infecções específicas.
Alguns antibióticos matam mais tipos de bactéria e são chamados antibióticos de largo espectro. Exemplos: a amoxicilina e o cotrimoxazol.
Outros, tais como a penicilina e a gentamicina, matam menos tipos de bactérias e são chamados antibióticos de estreito espectro.
Todos os antibióticos têm os seus riscos de utilização, mas alguns são muito mais perigosos do que outros. É preciso ter muito cuidado na escolha e no uso de antibióticos. Para além dos efeitos adversos, o uso indiscriminado de antibióticos pode levar ao surgimento de bactérias resistentes.
Nunca usar um antibiótico a não ser quando se sabe que doenças ele combate e quais são as precauções a tomar para o usar sem perigo.
As páginas verdes contêm informação sobre o uso, a dose, os riscos e as precauções para os antibióticos recomendados neste livro. Para sua consulta deve-se procurar o nome do antibiótico no índice alfabético que se encontra no início das páginas verdes.
2.REGRAS GERAIS PARA O USO DE ANTIBIÓTICOS
- Nunca usar um antibiótico, a não ser que o doente tenha uma infecção bacteriana.
- Quando não se sabe exactamente como usar um antibiótico e para que tipo de infecções pode ser usado, não se deve utilizar.
- Usar somente o antibiótico que é recomendado para a infecção que se quer tratar. (Procurar a doença no livro).
- Saber quais são os riscos de utilização do antibiótico e tomar todas as precauções recomendadas (ver as páginas verdes).
- Usar o antibiótico somente na dose recomendada (nem mais, nem menos). A dose depende da doença e do peso ou idade da pessoa doente.
- Administrar o antibiótico durante o período recomendado. Tomar o antibiótico menos dias do que o recomendado pode causar resistência das bactérias.
- Nunca usar injecções se o antibiótico, tomado por via oral, vai fazer o mesmo efeito. Aplicar injecções somente quando for absolutamente necessário.
- Se o antibiótico causar erupção na pele, comichão, dificuldade ao respirar, ou qualquer outra reacção grave, deve parar imediatamente o antibiótico e recomendar ao doente para nunca mais voltar a usá-lo.
- Usar antibióticos somente quando a necessidade é grande. Quando usamos antibióticos com muita frequência estes deixam de fazer efeito.
3. REGRAS PARA O USO DE ANTIBIÓTICOS ESPECÍFICOS
- Antes de aplicar a injecção de penicilina, ou ampicilina, deve-se perguntar se o doente é alérgico a medicamentos e ter sempre à mão ampolas de adrenalina prontas para controlar uma reacção alérgica, se isso acontecer.
- Para as pessoas que são alérgicas à penicilina, deve-se usar um outro antibiótico tal como a eritromicina .
- Usar o cloranfenicol somente para doenças graves pois este medicamento pode provocar reacções adversas graves. Nunca se deve utilizar cloranfenicol no recém-nascido.
- Nalgumas infecções graves deve-se usar mais do que um antibiótico. Nunca se deve associar antibióticos do mesmo grupo (ex.: penicilina e amoxicilina), pois isso não traz nenhum benefício terapêutico e tem maior risco de efeitos adversos.
- Nunca dar tetraciclina ou doxiciclina a uma mulher grávida ou a crianças com menos de 8 anos de idade pois estes medicamentos depositam-se nos dentes e nos ossos tornando-os mais fracos.
- Para as pessoas alérgicas ao cotrimoxazol deve-se usar outro antibiótico como a amoxicilina.
4.O que fazer se um antibiótico parece não fazer efeito
A maioria das infecções comuns causadas por bactérias começam a melhorar com o uso de antibióticos depois dos primeiros 2 dias de tratamento. Se o antibiótico que se está a usar não está a fazer efeito, é possível que:
- A doença não é aquela que se pensou inicialmente que era. Pode-se estar a usar o antibiótico errado. Deve-se procurar identificar exactamente qual é a doença – e usar o antibiótico certo.
- A toma do antibiótico não está a ser correcta: a dose é insuficiente (baixa); não se está a obedecer aos intervalos de toma (em vez de 3 vezes por dia, está-se a fazer 1 ou 2 vezes por dia); ou pode haver perda de medicamento por vómito. É necessário verificar o que se passou.
- O doente está a tomar outros medicamentos ou alimentos que interferem com o efeito do antibiótico (por exemplo, se a pessoa tomar leite ou hidróxido de alumínio com a doxiciclina, eles diminuem o efeito deste antibiótico).
- As bactérias fifi caram resistentes ao antibiótico que se está a usar. Mudar para outro antibiótico recomendado para tratar a doença em causa. Se não resulta – transferir o doente para uma unidade sanitária com mais recursos.
- O trabalhador de saúde não está treinado para tratar a doença. Neste caso, é preciso transferir rapidamente o doente para uma unidade sanitária com mais recursos, principalmente se o estado do doente é grave ou se está a piorar.
EXEMPLO: DUAS CRIANÇAS TIVERAM CONSTIPAÇÃO
uma tomou penicilina e não melhorou .Quem é culpado?
outra não tomou nenhum medicamento, só tomou sumos de fruta, comeu bons alimentos e descansou.
Por que é que esta criança melhorou?
Nota: Os antibióticos não servem para tratar a constipação
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Fonte: Fonte: David Werner, Carol Thuman, Jane Maxwell. Onde Não há Medico. Londres, 2009
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