
Deve ser limitado o uso de medicamentos para as situações em que são realmente necessários. No caso dos antibióticos, pelas seguintes razões:
- Intoxicações e reacções. Os antibióticos não matam apenas as bactérias, mas podem também prejudicar o organismo, por intoxicação ou causando reac-ções adversas .Veja –Uso correcto dos antibióticos,regras gerais e especificas para o uso dos antibioticos,O que fazer se um antibiótico parece não fazer efeitor
- Alterações do equilíbrio natural. Nem todas as bactérias que estão no corpo são prejudiciais. Pelo contrário, algumas são necessárias para o corpo funcionar normalmente. Os antibióticos muitas vezes matam também as bactérias que ajudam o corpo. No bebé a quem é dado um antibiótico, aparecem às vezes infecções por fungos na boca (candidíase oral ou “sapinhos”,
Na mulher que tomou antibióticos, aparece às vezes um corrimento vaginal causado por candida . Isto acontece porque os antibióticos matam as bactérias que ajudam a controlar os fungos.
Pelas mesmas razões, as pessoas que tomam amoxicilina ou outros antibióticos de largo espectro, durante vários dias, podem ficar com diarreia. Os antibió-ticos podem matar alguns tipos de bactérias necessárias para a digestão e desta forma prejudicam o equilíbrio natural do intestino.
- Resistência ao tratamento. A razão mais importante para limitar o uso dos antibióticos é que
QUANDO OS ANTIBIÓTICOS SÃO USADOS EM EXCESSO, ACABAM POR TER MENOS EFEITO.
Quando atacadas repetidamente pelo mesmo antibiótico, as bactérias criam mecanismos de defesa que as tornam “mais fortes” e esse antibiótico já não as consegue matar. As bactérias tornam-se resistentes ao antibiótico.
Por causa da resistência, certas doenças perigosas, tais como a cólera, se tornaram mais difíceis de tratar do que há uns anos atrás. Em alguns lugares, a bactéria que causa a cólera (vibrião colérico) tornou-se resistente à doxiciclina, que é habitualmente o melhor antibiótico para a tratar. A doxicilina foi usada em excesso para combater infecções ligeiras que poderiam ter sido tratadas com outros antibióticos mais seguros e com a mesma eficácia (efeito), ou para as quais não era necessário usar nenhum antibiótico.
No mundo inteiro, doenças infecciosas graves estão a ficar resistentes aos antibióticos – principalmente porque estes são usados em excesso para tratar infecções ligeiras. A produção de novos antibióticos está a ocorrer a um ritmo mais lento do que o do surgimento de resistências, deixando poucas alternativas. Se queremos que os antibióticos continuem a salvar vidas, o seu uso deve ser muito mais limitado do que é actualmente. Isto depende do seu uso cauteloso por parte dos trabalhadores de saúde e dos doentes.
Para a maioria das infecções ligeiras os antibióticos não são necessários e não devem ser usados. Pequenas infecções da pele podem, geralmente, ser tratadas com muito sucesso lavando somente com água e sabão. A melhor maneira de tratar infecções ligeiras do aparelho respiratório é beber muitos líquidos, comer
bem e descansar. Para a maior parte das diarreias não há necessidade de usar antibióticos e estes até podem ser perigosos. O mais importante é que uma criança com diarreia tome muitos líquidos e coma o suficiente logo que aceite comer.
Os antibióticos são uma arma potente. Não se deve usar antibióticos para infecções que o corpo pode combater sozinho. Reservar os antibióticos para quando eles são, realmente, necessários.
Fonte: Fonte: David Werner, Carol Thuman, Jane Maxwell. Onde Não há Medico. Londres, 2009
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